domingo, 24 de maio de 2015

Duplo Sentido

"Deliberadamente deixei, por algum tempo, de comentar este assunto: a confissão de Lula a José Mujica, ex-presidente uruguaio, de que precisou "lidar com muitas coisas imorais, chantagens" durante o mensalão. Disse ainda ao colega que viveu tudo isso "com angústia e um pouco de culpa".

Esse fato veio à tona com a publicação, no Uruguai, de uma biografia que cobre muitos anos da trajetória política de Mujica do ponto de vista dele próprio.

A referida confissão de Lula foi feita em 2010, quando o STF julgava o escândalo do mensalão. Lula teria dito a Mujica: "Essa era a única forma de governar o Brasil". Ou seja, comprando os deputados da base aliada.

Essa informação é importante, não porque nos revele um fato que já era de nosso conhecimento, mas por se tratar de uma confissão do próprio Lula, que, desde o primeiro momento, afirmara não saber de nada a respeito do suborno e até mesmo que havia sido traído por aqueles que o tinham praticado.

E mais, porque quem a revelou foi seu amigo José Mujica, que não teria nenhum motivo para cometer deslealdade, inventando tal confissão –embora depois tenha negado que o colega se referia ao mensalão, pouco se importando que o trecho do livro é claro. Além do mais, Mujica é por todos considerado um homem íntegro, o que torna indiscutível a veracidade do que contou.

A confissão de Lula é, na verdade, uma tentativa de justificar, perante o amigo, o indiscutível suborno dos deputados. A afirmação de que aquela era "a única forma de governar o Brasil" implica dizer que todos os políticos brasileiros são corruptos, menos ele, Lula, claro.

Mujica, que, como bom comunista, acredita na classe operária, não iria descrer do operário Luiz Inácio Lula da Silva.

Não é o nosso caso, pois preferimos partir dos fatos –e eles deixam claro o que aconteceu, isto é, o que foi de fato o mensalão. Há algo de verdade na afirmação de Lula, quando diz que aquela era a única forma de governar o país.

Sim, a única forma de fazer o governo que ele pretendia fazer e fez, sem dividir com ninguém o poder.

Logo após proclamada a sua vitória, eleito presidente da República, o PMDB –então o partido que detinha a maioria no Congresso– manifestou interesse em aliar-se ao novo governo, mas Lula, de imediato, rejeitou a proposta. E por uma razão óbvia: aliando-se ao PMDB, teria que lhe entregar importantes ministérios e empresas estatais –exatamente o que contrariava seus planos.

Por isso, em vez de um partido poderoso, escolheu como aliados partidos sem grande expressão. O mensalão não nasceu por acaso. Longe disso, fez parte do projeto de poder de Lula, cujo propósito era perpetuar-se no governo.

Sucede que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, em vez de dinheiro, queria a presidência de Furnas. Contrariado em sua pretensão, procurou o próprio Lula, com o qual nada conseguiu –claro!– e pôs a boca no mundo.

Lula, no primeiro momento, tratou de se esquivar: disse que havia sido traído. A culpa do suborno ficou então por conta de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, os "traidores"; afora os petistas fanáticos, ninguém acreditou nessa história, pois não dava para crer que os três principais homens de confiança de Lula tramaram o mensalão sem nada lhe contar. Noutras palavras, subornaram deputados para que eles aprovassem sem discutir todas as propostas do governo Lula, mas nada disseram a ele. Quanta bondade! É preciso ser débil mental para acreditar nisso.

Os seus três amigos foram condenados e encarcerados, enquanto ele, o verdadeiro inventor do plano, nada sofreu. Mas tratou de compensar tamanha sacanagem mudando de conversa. Deixou de se dizer traído e passou a afirmar que nunca houve mensalão, que, segundo ele agora, seria mera invenção de seus adversários políticos e da imprensa. Só para o amigo José Mujica ele contou a verdade.

Mas a mentira tem pernas curtas. Como o escândalo do mensalão tornou inviável continuar subornando deputados, Lula se rendeu à realidade: aceitou o apoio do PMDB, que havia rejeitado. Em consequência disso, teve de dar a ele ministérios e cargos importantes na máquina estatal.

O sonho de eternizar-se no poder começou a fazer água. Agora com o desastre do governo Dilma, o PMDB já está quase mandando mais que Lula e Dilma juntos. Ele tinha razão: só com o mensalão ele poderia governar o Brasil."

(Ferreira Gullar) 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Os Melhores Momentos Musicais do Show de David Letterman

Segundo o próprio, direto do Yahoo Music (https://www.yahoo.com/music/david-lettermans-top-10-musical-moments)

Jay Z and Eminem, “Renegade,” (2010)
Os melhores rappers do momento: https://youtu.be/grL4JMs0hDc

The Beastie Boys, “Ch-Check It Out,” (2004)
Feito por uma câmera olho de peixe, e divulgado graças ao Youtube, mostra o trio saindo de uma estação de metrô até o estúdio: https://youtu.be/GZ2ZHkBzmHQ

U2’s Bono and the Edge, “Stuck in a Moment You Can’t Get Out Of,” (2011)
Versão acústica e intimista. A banda foi uma das que mais apareceram no programa ao longo de 33 anos: https://youtu.be/Xqrn2q3WCS8

R.E.M., “Radio Free Europe”/“So. Central Rain,” (1983)
Uma das primeiras aparições públicas da banda, com Michael Stipe ainda cabeludo e tímido e Mike Mills e Peter Buck como porta-vozes um tanto alcoolizados: https://youtu.be/tjr6P9CepZc

Jô Soares afirma que Letterman nada acrescentou ao formato talk-show, mas quantos elementos ele copiou ou adaptou em seus programas, em especial na Rede Globo? (in)Feliz coincidência?

sábado, 16 de maio de 2015

MAD MAX - ESTRADA DA FURIA (sim tudo em caps)


Ontem fui ver o novo filme do diretor George Miller, que depois de 30 anos retorna a franquia Mad Max e tenho que falar: QUE FOOODA!

O filme custou 200 milhões de dolares e demorou um bom tempo para ser feito por conta de estrelismos do antigo protagonista da franquia (Mel Gibson) que acabou sendo substituido pelo Bane do ultimo Batman (Tom Hardy) que no filme tem umas 10 falas. O destaque vai para a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) fazendo o papel de uma mulher forte e com objetivos mas que também não fala muito.

O filme é 100% ação,  é frenetico e deve ser por isso que os personagens não tem muito o que falar, o roteiro é simples, mas visualmente o filme é uma das coisas que me fez soltar um "PQP!!" dentro do cinema. A primeira parte da pelicula de 2 horas é de arrepiar, é lindo, é de tirar o folego de tanta ação.

Recomendo totalmente para quem curte filmes de ação independente de ja ter visto ou não os outros filmes da franquia, Tom Hardy se deu muito bem no papel de Max, Charlize esta espetacular e como disse, George Miller fez um filme de tirar o fôlego com 2 horas de ação ininterrupta e aproveitando ao máximo o orçamento disponível, só espero que o filme se pague e de lucro, porque ele merece e muito.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Capacete Chinês x Capacete Japonês

Teste inmetro no melhor estilo russo:

E aí? Vai continuar comprando produtos xing ling pra baratear gastos? Ou prefere uma tumografia, cirurgia (quiça velório) mais caro?


sábado, 9 de maio de 2015

Um cartaz que resume os atos em Baltimore e Ferguson

























Tradução: crime de negro = gangue violenta
crime de árabe = terrorismo
crime de hispânico = imigração ilegal
crime de branco = auto-defesa

via Geografia da Depressão (Facebook)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Grandes Esperanças

Division Bell foi o último álbum de estúdio do Pink Floyd, já sem o mala do Roger Waters e com gravações guardadas que deram origem ao álbum The Endless River em 2014. Dentre Instrumentais suaves e com o saudoso Rick Wright se arriscando nos vocais, High Hopes é a música de encerramento, digna de tal posição!
Os badalos de um sino e um incômodo zumbido introduzem a canção - seguindo a linha de alguns hits de Dark Side of the Moon - e David Gilmour fala de modo melancólico os tempos de juventude que não voltam mais. Sentimentos e pensamentos que antes eram expectativas se transformaram em desilusões estilo Belle Époque, para não fugir da corrente repressiva e psicodélica em 40 anos de banda.
O videoclipe é igualmente maravilhoso e artístico (palavras do sócio Zégotinha), retratando à risca as situações da letra. A paisagem inglesa é bela, assim como as tomadas de perspectivas estilo Stanley Kubrick. O solos de violão e guitarra havaiana casam muito bem com as tomadas das capas flutuantes e das 'despedidas' das bolas de parque. 
Engraçado é que o clipe conseguiu cativar minha sobrinha de dois anos e meio, que sempre aponta o dedo e diz: 'óia o uço caino!'






sexta-feira, 1 de maio de 2015